Lampião e Maria Bonita

Lampião e Maria Bonita

Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido como Lampião (1898-1938) foi um cangaceiro nascido na região de Vila Bela/PE, hoje Serra Talhada. Foi uma das figuras mais icônicas e marcantes da história do país. 

Chamado de "Rei do Cangaço", andava em bando cometendo crimes motivados por vingança, revolta e disputa de terra. 

Cangaço:

O Cangaço foi um fenômeno de crimes e violência ocorrido em quase todo o sertão do Nordeste do Brasil, entre os séculos XVIII e XX. Seus membros vagavam em grupos, atravessando estados e atacando cidades, onde cometiam pilhagens, assassinatos e estupros. 

Esse modo de vida atraiu Lampião em 1915, depois que sua família foi acusada de ter roubado alguns animais da fazenda de seus vizinhos, a família Saturnino, ligada à oligarquia dominante.

Atuação:

Com um bando formado, os cangaceiros de Lampião invadiam as fazendas, saqueavam os comerciantes e distribuíam com os mais pobres uma parte do que recolhia.

Por causa da organização e da disciplina que impunha a seus “cabras” ou "capangas", raramente Lampião sofria alguma derrota.

Cinco Estados faziam parte de suas andanças. Por onde passava, torturava e matava, deixando um rastro de destruição e crueldade, porém era visto como um instrumento de justiça social por populares da região sertaneja do nordeste.

Durante os anos de cangaço, Lampião zombou das polícias, do governo e das pessoas influentes. Escapava fácil das emboscadas, dos tiroteios e das armadilhas.

Conseguia despistar os policiais, que ele chamava de macacos, usando várias estratégias. Uma delas era mandar o bando calçar as alpercatas (um tipo de sandália de couro) ao contrário para deixar o rastro em direção oposta.

Maria Bonita:

Em 1929, durante suas andanças pela região do agreste nordestino, chegou ao povoado de Malhado da Caiçara quando conheceu Maria Gomes de Oliveira, que tinha 19 anos e morava com os pais, depois que se separou do marido.

Logo, Maria entrou para o cangaço e tornou-se a famosa companheira de Lampião. Com o nome de “Maria Bonita” tornou-se a primeira mulher a ingressar no cangaço. Em 1932, nasceu Maria Expedita de Oliveira Ferreira Nunes, a filha do casal.

Emboscada e Morte: 

Na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angico, no povoado de Poço Redondo, em Sergipe, Lampião e seu bando, foram surpreendidos com rajadas de metralhadoras.

Minutos depois, Lampião Maria Bonita e mais 9 cangaceiros estavam mortos. O ataque comandado pelo tenente João Bezerra conseguiu, o que a polícia do Nordeste perseguia havia muito tempo.

As cabeças do bando foram decapitadas, mumificadas e expostas em Santana do Ipanema, No estado de Alagoas. Depois foram levadas para o Museu Nina Rodrigues, na Bahia, até serem enterradas em 1968.

Lampião morreu na Grota de Angico, em Poço Redondo, Sergipe, no dia 28 de julho de 1938.

Curiosidades: 

Lampião criava roupas para si e para o bando, caprichava nos detalhes, usava medalhas, muitos anéis, correntes de ouro, chapéu de couro, alforjes bordados e punhais de prata.

Sua primeira fotografia é datada de 1926. Seu apelido, dizem que surgiu da cor do cano de seu rifle, que ficava em brasa depois de vários tiros, parecendo um lampião.

Lampião usava óculos pois perdeu a visão de um olho durante um confronto, onde um espinho de uma cacto entrou em seu olho. Foi atendido por um médico que retirou o espinho, mas não conseguiu preservar sua visão. Quanto à fatalidade, Lampião brincava dizendo que "não adiantava nada ter dois olhos, pois é preciso fechar um deles para atirar". Os óculos eram uma maneira de esconder a deficiência de seu olho. 

Fontes:

https://www.facebook.com/historiaememoria2020/

https://www.ebiografia.com/lampiao/

https://aventurasnahistoria.uol.com.br

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49505229

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